As mulheres do ENIAC

Olá, pessoal... depois de inúmeros pedidos do Marone e do Darlan para que eu participasse desse ilustríssimo blog, aqui estou eu dando o ar de minha graça e postando sobre a participação das mulheres nesse mundão da informática... sugestão do nosso estimado Darlan... (dandan, - apelido carinhoso que dei a ele sem comunicá-lo - valeu pela sugestão!!!)
Bem, a fantasia mais íntima do nosso querido Marone é saber sobre as mulheres do Eniac... Aqui saberemos um pouquinho dessa história então.
Primeiro vamos definir o que é, ou melhor, o que foi o ENIAC. Computador eletrônico desenvolvido entre 1942 e 1946 na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, por encomenda do Departamento de Defesa do governo americano. Recebeu tanta atenção por parte da imprensa - já que foi construído durante a Segunda Guerra Mundial e era considerado vital para a segurança nacional - que ate hoje é chamado de primeiro computador.
Muita gente não sabe que mulheres ajudaram no desenvolvimento no ENIAC já que a contribuição dessas programadoras foi rebaixada algo de importância inferior devido o fato ter se passado durante a II Guerra Mundial num ambiente extremamente hostil e machista.
As mulheres que foram trabalhar no desenvolvimento do ENIAC tinham que executar as tarefas masculinas tidas como menos nobres. Gente, vê se pode uma coisa dessas?! Além disso em vez de profissionais elas eram classificadas como SP (SubProfissionais) só para não serem igualadas ao sexo oposto.


Quando o ENIAC adentrou os campos militares as mulheres não eram permitidas a entrarem na sala do computador. E, finalmente, quando o acesso foi liberado vocês acreditam que a maior parte do tempo era destinada a limpeza!? Quanta barbaridade. E para quem pensa que a programação dos primórdios é fácil como que a que temos hoje em dia, se engana. "Era um trabalho difícil pela troca de conexões de cabos, e inserção de montanhas de dados com cartões perfurados."
Homens e mulheres trabalhando no mesmo laboratório? Quase impossível. Elas não eram respeitadas como os homens. As que se casaram com colegas de trabalho ainda eram ameaçadas. "Jean Bartik foi quase demitida depois de se casar, e o diretor da Escola Moore disse que iria demití-la tão logo ficasse grávida." Olha que carrasco esse diretor. Ah se fosse nos tempos de agora, com certeza, nós mulheres adoraríamos ter uma "conversinha" básica com ele.
O trabalho dessas profissionais foi praticamente ignorado pela mídia e pelos diretores do projeto, é claro, pois em meados dos anos 1950 quem aceitaria as mulheres realizando cálculos complexos e se saindo melhor que os homens?
"O tratamento dado pela história às contribuições femininas para as ciências conduz a uma falta de modelos femininos. Seus trabalhos foram negligenciados historicamente pelo dos homens. A tragédia real é a resistência da história em fazer uma revisão dos fatos, já que as atitudes sociais mudaram. As mulheres do ENIAC escolheram suas carreiras usando suas habilidades em matemática ao invés de conformarem-se com as carreiras socialmente aceitas, como ensinar. Enfrentaram a discriminação no trabalho por terem sua formação menosprezada e pela natureza sexista do ambiente de trabalho técnico. Suas contribuições significativas para "a máquina que mudou o mundo" não deve ser tratada como uma coisa trivial no tempo de guerra e sim como um triunfo dessas mulheres pioneiras na ciência da computação."

**Post em homenagem e reconhecimento as seis programadoras do ENIAC: Kathleen McNulty, Frances Bilas, Betty Jean Jennings, Elizabeth Snyder, Ruth Lictermann e Marlyn Wescoff. GUERREIRAS!

Fonte: http://mulheres.softwarelivre.org/news/3085