Cultura, nerdices e outras coisitas mas... ;D

terça-feira, agosto 14, 2007

Traffic Shaping na visão de cliente e de fornecedor de acesso a internet

Muito tem se falado da pratica de traffic shaping pelos provedores de internet, mas pouco ou nada se falou de formas de diminuir este problema(para usuários de acesso).

Sou cliente de acesso a internet via ADSL pela GVT e também trabalho em um provedor de internet(Meu colega de blog trabalha neste mesmo provedor), então conheço o problema tanto como usuário, como de fornecedor de acesso.

Não tenho o que reclamar da GVT, sempre consegui boas taxas de downloads baixando meus torrents ou outras coisas via Emule ou programas do gênero, mas já tive problemas com isto quando eu era usuário da Brasil Telecom. Além de ter um serviço que vivia apresentando problemas(perda de conexão), também tive problema quando a questão do traffic shaping, a qual tentei somente uma vez argumentar com um atendente e vendo que não iriam fazer nada pra me ajudar acabei por desistir de argumentar com eles.

Eu como funcionário de um provedor de internet acho o uso do traffic shaping uma ferramenta útil para controle de uma rede, mas sendo a mesma usada com bons critérios e sem prejudicar os usuários finais.

Aonde trabalho temos clientes de acesso residencial(condomínios) e empresarial, e por padrão todo e qualquer tráfego P2P é bloqueado, exceto clientes empresárias que tenham feito contrato com o adendo do tráfego P2P permitido.

Clientes residenciais nossos tem o acesso disponíveis nas velocidades de 328 Kbit/s e 656 Kbit/s, já clientes empresariais e dedicados com velocidades que iniciam em 256 Kbit/s até superiores a 4 Mbit/s de banda real de internet, em ambos os casos a velocidade de upload e download são as mesmas(full-duplex).

Como os clientes empresariais usam mais o acesso para fins de trabalho, negociação e até mesmo disponibilização de serviços de internet(Hosting e outros) estes não necessitam ou não usam tráfego P2P. Estes mesmo por apresentarem velocidades contratadas maiores, acabam por beneficiar os usuários residenciais, que são os que mais usufruem do tráfego P2P.

Essa política tem funcionado bem na empresa onde trabalho, e caso não tivéssemos nenhuma política de controle P2P, com certeza teríamos problemas quanto a gestão de banda do provedor, pois usando o controle temos quase 50% menos consumo de banda total/geral.

Se todos os provedores tivessem ou usassem está política ou algo parecido, creio que não teríamos tanto problemas e dilemas quanto a está questão. Está de cada provedor conversar/discutir e entender a necessidade de seus clientes e trabalhar para melhor servir, com serviços de qualidade e que respeitem o seu consumidor.

Fica aqui o meu relato sobre este assunto, e fica aberto os comentários para discutirmos e opinarmos sobre este assunto.

9 comentários:

Luis Santos disse...

Pergunta: Quando um usuário final está em prospecção com sua empresa, e na iminência de assinar um contrato, você o alerta explicitamente que a sua empresa pratica traffic shapping nas conexões fornecidas aos clientes?

Anônimo disse...

O problema é que os provedores praticam traffic shapping sem estar previsto em contrato. Se eu contratei um link de 2Mb é por que eu QUERO utilizar essa largura de banda, e da maneira que eu bem entender. O provedor tem a obrigação de me fornecer isso. É claro que existem aquelas cláusulas absurdas nos contratos que só exigem do provedor um serviço de 10% do previsto, mas isso deve ser até mesmo proibido pelo código de defesa do consumidor.

Anônimo disse...

A pergunta do Luis Santos é tudo.

Se não está no contrato, não pode restringir o acesso. Simples assim.

Independente de ser uma ferramenta interessante ou não.

Marone M. Moraes disse...

luis santos,

Sim, o cliente é informado.

Como disse no blog, o contrato de usuário residencial cobre o P2P.

O empresárial, tem a opção também de contratar serviço com o P2P liberado, mas na maioria são empresas, então não fazem esse contrato, por necessitarem do uso do tráfego para priorizar outros serviços(Voip, VPN, Hosting, Co-Location e outros).

Quando ao comentário anônimo, a maioria dos provedores brasileiros hoje não garantem os 100% de banda, e sim 60% a 65%, comprovado via contrato. No provedor onde trabalho garantimos os 100% de banda contratado full-duplex.

Anônimo disse...

Marone ..

Primeiramente parabéns pelo texto, nós como administradores de sistema sabemos muito bem o preço dos links no Brasil e o trampo que dá fazer o controle de grandes volumes de trafego. Concordo plenamente com o controle de banda, afinal .. sem ele estaríamos bem fudidos hehe ..

Ele é pratico pra priorizar pacotes sip por ex, sem controle de banda as empresas que usam voip estariam ferradas ..

Como varias pessoas postaram, acho que se esse controle de banda for efetuado, que ele esteja no contrato como você mesmo citou.

Sugiro um outro assunto ligado a isso. A net oferece o serviço, e informa que o usuário tem a possibilidade de transferir X gb por mês. Tive problemas em uma lan house que estoura sempre a cota de 50gb de transferência e nunca teve problemas até o mês passado, agora implementaram isso, só que se formos analisar, praticamente todos os hard user's estouram cota de transferência, eu mesmo estourei a minha nos primeiros 15 dias e nao sofri queda do link, questionando isso com a ouvidoria eles me falaram que se dão ao direito de escolher os clientes a dedo que estouram a cota, dei muita risada e falei .. quer dizer que se o jõao da esquina estoura e o mané do outro quarteirão tmb estoura, os 2 deveriam ser punidos, e não apenas o João .. isso é outro problema que venho encontrando e vou fazer um novo podcast sobre o assunto. E informar também que a telefônica está chegando com seus planos de 2, 4 e 8 mb sem limite de transferência

Marone M. Moraes disse...

Obrigado Erick.

Essa prática da NET de limitar transferência/mês veio para derrubar a questão do bloqueio de P2P, porem acho isso pior que o traffic shaping que também é feito por eles.

Outro detalhe quanto a NET, eles fazem cache de rede, por isso tem taxas tão altas e o preço tão acessível.

Espero que a Telefônica não venha a fazer isso com os seus usuários/clientes.

Darlan® disse...

Pois é pessoal, isto realmente da muito pano para manga. Mas lendo tudo isso, me veio uma questão a mente: alguém ai sabe como tudo isso funciona, em países desenvolvidos? Será que eles tem as mesmas dificuldades? Afinal, lá é primeiro mundo, ADSL por exemplo, é coisa do passado. Eu vou dar uma olhada se encontro alguma coisa, mas quem souber e se sentir a vontade para comentar, tenha bondade!

Anônimo disse...

Pois é..!!; eu não entendo muito de shapping, fussing, p2p ou coisa pelo estilo mais sei usar a internet para a finalidade que eu preciso, só que com tudo isso que vocês falaram so vi dois comentários referente ao verdadeiro problema da internet. A largura de banda que é contratada e fornecida, conforme uma declaração da atendente a qual eu me dirigi, (pois contrato 4 Mbs e recebo bem menos de 2 Mbs), é de que isso no BRASIL, é comum, poxa, vou fala aqui uma besteira.
SERA QUE NO BRASIL TAMBEM É COMUM CHEGA NA CONCESIONARIA PRA COMPRAR UM CARRO E SO LEVAR OS PNEUS????

Thiago disse...

http://comunidade.internetsemboicoteja.com.br/